Por: André Montandon
A intenção do Movimento e dos que o vivenciam, é criarem composições musicais em vários estilos diferentes, agregando a maior diversidade de sonoridade possível, buscando uma alta carga de liberdade criativa sem se desligarem das suas ecléticas preferências e influências musicais, culturais, artísticas e ideológicas.
Tem a característica de ser uma proposta artístico-musical aberta, na tentativa de realizar as mais diversas parcerias com os mais diferentes tipos de artistas e pensadores, tanto para compor, quanto para produzir e se apresentar ao vivo.
Não seguem nenhum estilo musical, mas caminham por vários deles, desde que seja uma proposta artística viável, de bom gosto, harmoniosa ou até mesmo quando estiver fora da “beleza” convencionalmente imposta. Tentam, na medida do possível, se despir de pré-conceitos de qualquer natureza.
Têm uma profunda admiração por tudo que seja cultura popular, mas sabem admirar a erudição e sua importância no processo criativo e no resultado final das obras.
Respeitado no meio artístico, Calango acumula diversas apresentações na cidade e região. Após uma breve pausa, retomou a carreira no final de 2019 com lançamento de "A Cor da Flor", sendo apenas o início de uma grande produção musical.
Confira a seguir, a nossa entrevista com esse grande artista da cena autoral uberabense:
- Como surgiu o Movimento Calango?
Renato Calango - “Calango” é meu apelido desde a infância.
Vim de uma família de musicistas, sou músico há 30 anos e compositor há 20 anos. Morei em Frutal por 7 anos e lá tinha a banda cover Calangaia que se apresentava amplamente nos estilos MPB, Reggae, Rock e Samba. Durante esse período, compus mais de 20 músicas, muitas delas em parceria com outros compositores, escritores e produtores. Dizemos que as pessoas envolvidas nesse processo criativo de compor, escrever, produzir e criar estão na vivência do Movimento Calango.
Em 2013 voltei a residir em Uberaba, passando a adotar o nome artístico “Renato Calango” e a produzir, em parcerias, de forma profissional, ao vivo e em estúdio, o material composto e escrito nos últimos 20 anos.
- Podemos dizer que o movimento segue a filosofia do grande mestre Raul Sexias, em ser uma "Metamorfose Ambulante"?
Renato Calango - Kkkkk Exatamente. Evolução requer transformação no decorrer tempo e consciência multidirecional. Buscamos o equilíbrio entre nossas influências e a livre expressão da alma. E com certeza, Raul é uma de nossas muitas influências.
- Estamos certos em afirmar que toda essa versatilidade e diversidade em sua sonoridade demonstra que na música não existem barreiras?
Renato Calango - A música não possui barreiras, os novos movimentos musicais estão mostrando isso. Quanto aos que alegam existir um engessamento da criatividade musical, na verdade, são estes que se engessaram em seus gostos, estão mentalmente programados a gostar do que já existe e não conseguem enxergar o novo como Belo.
- Após uma breve pausa, você retomou o lançamento de novos músicas com "A Cor da Flor" (divulgada em dezembro de 2019). Qual foi o motivo dessa espera?
Renato Calango - Verdade. No início, a intenção era produzir material profissional em mídia e “estocar”, para lançamento estrategicamente planejado no futuro. Contudo, em 2015 a música “Africatupiniquim” ganhou grande visibilidade no concurso de músicas autorais da Fundação Cultural e logo depois a música “Na Unha e no Gogó” foi selecionada para compor o álbum musical (CD) de músicas autorais uberabenses da Rádio Mulher, sendo incluída na programação desta e de algumas rádios on-line pelo Brasil. Diante disso, mudamos a estratégia e resolvemos lançar as músicas produzidas em sequência, mês a mês. Contudo em 2017 tive que abraçar uma oportunidade profissional fora da música e a produção profissional das músicas compostas foi suspensa, retomando em 2019.
- Esse período de isolamento social que estamos passando devido à pandemia, tem contribuído de alguma forma em seu processo criativo?
Renato Calango - Sim. A adaptação da minha vida pessoal foi intensa, gerando uma transformação íntima, para melhor em vários aspectos. A música passou a ter um papel terapêutico maior e isso naturalmente fez com que subissem o nível e o volume criativo. O ambiente musical virtual (nas redes) também sofreu mudanças e uma ressignificação enquanto suporte midiático e meio de divulgação, acesso e consumo de músicas.
Isso tudo fez surgir vontade irresistível de publicar novas músicas, em versão caseira mesmo, da forma que eu as toco em casa junto à família. Uma live cotidiana com momentos captados por um smartphone srtsrsrsrds.
- Ser autoral em Uberaba é um desafio, uma aventura ou tudo isso e muito mais?
Renato Calango - Dizem que é difícil ser artista autoral em Uberaba. Realmente é, mas isso não me causa sofrimento. A cultura uberabense é secular e já existia quando eu comecei na música, quem sou eu para avaliar o nível cultural da sociedade uberabense, né? Além disso, a consagração é algo que vou pleitear somente quando eu tiver uma obra bem densa, produzida ao nível do Belo artístico, e colocada à disposição do público. Estou somente com 5% desse caminho percorrido. Se essa consagração futura vier um Uberaba, ótimo, mas penso que talvez venha de uma tribo territorialmente fragmentada.
- Pra finalizar. Manda um recado para a galera que segue o nosso blog e que é fã do seu trabalho.
Renato Calango - A Arte é o espelho da alma e, por darmos vazão máxima aos nossos processos criativos, compomos e produzimos em vários estilos musicais: Mpb, rock, samba, regionalidades e reggae. Estamos com 45 músicas compostas e apenas 21 divulgadas, então tem muita coisa boa ainda pra chegar. Aproveitem:
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https://instagram.com/renatocalango?igshid=gcnr409qumei
https://www.youtube.com/channel/UCLIJLbtxJaqdW5zQ-fh4nHA
https://open.spotify.com/artist/5XQC30WdkCtwG30FDvgm7O?si=AeGx_zvsSI-gcnEDK9OrPA
O silêncio nos faz loucos
ResponderExcluirO tempo nos faz voltar
O começo e o fim
Moram no mesmo lugar
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Marinho Brow.