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Ventos em Uberaba chegaram a mais de 75 Km/h


Chuva com fortes rajadas de vento que atingiu a cidade na tarde de ontem é considerada uma anomalia da atmosfera pela climatologista Wanda Prata. Os ventos chegaram a mais de 75km/h. O fenômeno está ligado ao ciclone que passou pela cidade na última terça-feira e se reorganizou.

Segundo Prata, esse sistema estava com gradiente de pressão muito forte. Ocorreu rajada de vento por volta de 14h38, com velocidade de 75,6km/h, com duração de quase 30 segundos. Outra rajada aconteceu às 15h, com duração de quase um minuto e velocidade de 68,4km/h. “Foram as duas rajadas que fizeram estragos na cidade.”

Houve queda brusca de temperatura, caindo de 26° para 10ºC. Porém, Prata explica que até o início da tarde de hoje há probabilidade de chuvisco. “A temperatura volta a subir para os 15ºC e tende a ficar em 22ºC a máxima, mas no sábado o anticiclone atinge novamente a região e a temperatura ficará em 16ºC.”

No entanto, a climatologista ressalta que esses ventos se repetirão dentro de 15 dias. “Está dentro do contexto de mudança climática e há necessidade grande daqui pra frente em começarmos a pensar na construção das casas e telhados e plantio de árvores com raízes pivotantes”, conclui.

Rajada de vento destelhou diversas casas e derrubou árvores em vários pontos da cidade na tarde desta quinta-feira. De acordo com o primeiro levantamento do Corpo de Bombeiros, cerca de 20 árvores foram derrubadas pelo temporal. 

Na avenida Lucas Borges, um ipê obstruiu a passagem dos veículos que trafegavam sentido bairro-centro. Na avenida Alexandre Barbosa, por praticamente toda extensão, galhos, pedaços de outdoors, placas, telhas e até barracas estavam espalhadas pela via. Fios dos postes de alta-tensão também ficaram danificados, deixando bairros adjacentes sem energia elétrica.

No entanto, na região do bairro Beija-Flor foi onde se registraram os maiores estragos. Na rua João Dallacqua, uma árvore também obstruiu a passagem nas duas mãos da via. Na rua Augusto Alves de Oliveira, três árvores foram arrancadas e destruíram os fios de alta-tensão.

As telhas da casa do pedreiro Januário Caetano de Freitas, 55 anos, que fica na rua 13, foram jogadas para o meio da rua. “Eu estava trabalhando quando me avisaram sobre o que tinha acontecido na casa. Cheguei aqui e vi as telhas na rua, os fios arrebentados e tudo molhado lá dentro”, lamentou o pedreiro.

Outro pedreiro, João Batista Cristino, 61 anos, teve um prejuízo ainda maior na rua Cláudio Talarico. Com a força dos ventos, o muro de uma casa vizinha caiu em cima do telhado da residência dele, danificando as telhas e trincando a laje. Uma criança de três anos dormia no quarto ao lado, porém ficou apenas assustada com o estrondo.

Na rua acima, a Gumercindo Pinheiro, a casa do bombeiro militar Diego Dias de Oliveira ficou com parte do telhado danificada, causando infiltração em um dos cômodos.

Os bombeiros ficaram por mais de 2h na Indústria de Embalagens Santana S/A (Inpa), às margens da BR-050, para realizar trabalho preventivo em uma caldeira que tombou com o vento. Segundo informações dos bombeiros, o teto que protege a caldeira também ficou completamente retorcido. Com havia receio de uma explosão, o caminhão de combate a incêndio foi até o local para auxiliar no trabalho dos técnicos da empresa. Descartado o risco de incêndio, a caldeira foi colocada na posição inicial e voltou a funcionar normalmente.

Queda de árvores na rede elétrica fez com que vários pontos da cidade ficassem sem energia. De acordo com o gerente de Relacionamento da Cemig, Hudson Elvis Ferreira, todos os bairros foram afetados e mais de 230 reclamações foram registradas no sistema. “Não teve um bairro que não apresentou ocorrência. Nós tivemos quedas desde a porta da Ceasa, na Univerdecidade, até mesmo na usina de asfalto.”

A falta de energia colocou sob ameaça também o Centro de Distribuição de Vacinas, localizado na avenida da Saudade, bairro Mercês. Milhares de doses estão estocadas no local e correram risco de perder por causa da paralisação das geladeiras. 

Cerca de 60 pessoas da equipe de restabelecimento de energia trabalharam para resolver a questão ontem e somente os casos mais graves ficaram para a parte da noite. Segundo o gerente, hoje, a maior parte dos problemas já estará solucionada. 

A Prefeitura Municipal informou que ontem mesmo iniciou o trabalho de retirada das árvores caídas nas vias. A Secretaria de Infraestrutura priorizou os locais onde os galhos afetaram a rede elétrica e estavam impedindo o trânsito. A expectativa é que a conclusão do trabalho se estenda até amanhã.
Além da rede elétrica, muros e telhados também foram destruídos. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Sérgio Campos, 55 chamadas foram registradas. Os bairros mais prejudicados foram o Pacaembu e Alfredo Freire, onde casas foram destelhadas e muros caíram. Na rua Dr. José Maria dos Reis, bairro Estados Unidos, uma família ficou desabrigada com a queda do telhado. “Nós estamos cadastrando as famílias para fornecer as telhas imediatamente, assim como colchões, cobertores, alimentos e o que for necessário.”

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais divulgou ontem um alerta meteorológico para prefeituras, coordenadorias municipais de Defesa Civil, batalhões da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar das regiões do Triângulo Mineiro, Oeste, Sul, Zona da Mata e Região Metropolitana de Belo Horizonte. No comunicado foi informado sobre os fenômenos causados pelo deslocamento de uma frente fria vinda do Sul do Brasil.






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