VERÔNICA FERRIANI ESTREIA EM UBERABA CELENBRANDO O LEGADO DE NARA LEÃO NO CENTRO CULTURAL CECÍLIA PALMÉRIO
No dia 28 de novembro, às 20h, o Centro Cultural Cecília Palmério recebe uma noite especial de celebração da música brasileira. Dentro da programação pelos 78 anos da Universidade de Uberaba - Uniube, Uberaba abre as portas para “Verônica Ferriani canta Nara Leão”, espetáculo que honra uma das vozes mais essenciais da nossa MPB através de uma das intérpretes mais sensíveis e completas da nova geração.
Cantora, compositora e pesquisadora da música brasileira, Verônica Ferriani construiu ao longo de sua carreira um diálogo profundo entre tradição e contemporaneidade — tanto em seus três álbuns autorais quanto nos projetos em que revisita as raízes que moldaram sua trajetória. Agora, ela celebra o legado gigante de Nara Leão, artista que atravessou a Bossa Nova, abriu caminhos para sambistas do morro, flertou com a Tropicália e ampliou fronteiras entre gêneros com coragem e delicadeza.
Pela primeira vez em Uberaba, Verônica traz ao palco mais de 30 canções gravadas por Nara, num espetáculo voz e violão que promete emoção, memória afetiva e muita poesia. Antes do show, batemos um papo com ela sobre legado, identidade artística e expectativas para esse encontro inédito com o público da nossa cidade e região.
- O legado de Nara Leão inspira várias gerações pela delicadeza e coragem com que ela expressava suas ideias através da música. O que mais te toca pessoalmente na obra dela e como isso se reflete nesse show “Verônica Ferriani canta Nara Leão”?
Verônica Ferriani - Tenho dito nos shows que o repertório cantado pela Nara é dos mais estruturais naquilo que entendemos como surgimento da MPB, pois ela não só foi musa da Bossa-Nova, como também integrou a Tropicália, foi ponte com compositores de samba do morro que provavelmente não se popularizaram tanto não fosse sua voz. Gravou ainda chachas, boleros, guarânias, valsas, revisitando também, à sua maneira, um repertório caipira que muito nos ensina também sobre como as canções podem sofrer versões únicas e pessoais. Sendo uma garota do interior de SP, pessoalmente a agradeço pela amplitude, dentro do cancioneiro brasileiro, que pude conhecer através de sua voz.
- Nos seus trabalhos autorais, você tem uma voz muito própria e contemporânea, enquanto neste projeto revisita uma das grandes intérpretes da MPB. Como é equilibrar essa homenagem à Nara sem perder a sua identidade artística?
Verônica Ferriani - Nara e eu temos vozes muito diferentes, também formas de cantar diversas, então é uma artista perfeita pra que busque interpretações próprias. Mesmo as harmonias no violão, sigo a linguagem da Nara mas também faço minhas intervenções.
Comecei a carreira como intérprete de compositores da MPB, tanto contemporâneos quanto consagrados. Assim foram meus 2 primeiros álbuns. E sempre cantei também em rodas de samba em SP e no RJ. Em 2013, lancei meu primeiro álbum 100% autoral. Hoje já são 3 autorais e cada vez mais acredito que um caminho alimente o outro de forma natural. É como se eu precisasse me aprofundar no que me formou para poder produzir algo novo. O que produzo vem do que me alimenta. Pela primeira vez, estou dedicada a um show voz e violão e artisticamente isso significa um crescimento importante pra mim. Interessante como essa autonomia no palco veio ao mesmo tempo para este tributo à Nara - e não poderia ser inspirada em artista mais corajosa neste sentido, já que ela tantas vezes se apresentava assim - e meu disco mais recente, Cochicho no silêncio vira barulho, irmã - tenho por vezes apresentado minhas canções neste formato também.
Além disso, seguir colocando meu papel como intérprete em primeiro lugar, como ocorre no show da Nara, é um prazer diferente e complementar ao de cantar minhas canções.
- Esta será sua primeira vez se apresentando em Uberaba. O que o público pode esperar dessa noite no Centro Cultural Cecília Palmério — e o que você espera viver nessa troca com o público mineiro?
Verônica Ferriani - Uberaba é uma cidade importante do país, conectada à Arte e à Cultura, e ainda pelo fato do convite chegar através da Universidade - Uniube - tenho altas expectativas da troca com o público. Levarei mais de 30 canções gravadas por Nara, buscando, como sempre, conectar as canções à memória afetiva das pessoas, já que estas canções falam com a nossa vida. Esta é minha função.
- Para finalizar, manda um mensagem especial pra galera que acompanha o Zebu Na Rede e está ansiosa para esse encontro especial.
Verônica Ferriani - Pessoal, obrigada pelo carinho com nossa música brasileira! Venham cantar Nara comigo: vai ser inesquecível este encontro.


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