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Foto: Divulgação do espetáculo |
No dia 8 de março, o Teatro SESIMINAS Uberaba recebe, pela primeira vez, a peça "Homem-Bomba", protagonizada e dirigida por Luiz Arthur. O espetáculo, que já conquistou prêmios de Melhor Ator, Melhor Direção e Melhor Texto no 10º Festival Nacional de Teatro do Piauí, faz parte de uma turnê que passará por 21 cidades mineiras.
Inspirada no clássico "O Médico e o Monstro", a montagem mergulha na complexidade da natureza humana, trazendo à cena um protagonista que transita entre a luz e a sombra de sua própria existência. A narrativa se desenrola em um espaço de apenas 2m², criando uma atmosfera intensa e claustrofóbica, enquanto referências literárias e filosóficas enriquecem a dramaturgia.
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Foto: Divulgação do espetáculo |
Para Luiz Arthur, a peça convida o público a refletir sobre os próprios conflitos internos. "O monstro não é um ser distante de nós. Ele nos habita, e cabe a cada um cuidar, compreender e educar a sua própria sombra", destaca o ator. Diante dessa abordagem visceral da dualidade humana, questionamos Luiz Arthur sobre o processo de construção de um personagem que transita entre extremos tão opostos:
O espetáculo aborda a dualidade do ser humano de maneira visceral. Como foi o processo de construção desse personagem?
Luiz Arthur - O primeiro passo foi me aprofundar nas questões levantadas pelo espetáculo, em especial nas mais filosóficas, sobre a nossa própria existência e sobre o livre arbítrio. Não à toa há no texto, por exemplo, o icônico solo de Hamlet “Ser ou não ser”. Ser ator é estar a serviço dessa dualidade. Então o que faço é experimentar de maneira poética, cênica, o que há de bem e mal na humanidade, sem criticar as ações da personagem. E aí entra as questões de composição física, vocal, que vai aparecendo e que ajuda o público a embarcar na verdade daquilo que vê em cena. A plateia se conecta desde o início porque acredita no ser humano e no monstro que existem, ao mesmo tempo, em todos nós. Tive de ser muito verdadeiro comigo mesmo, me desvencilhar de efeitos, porque, afinal, foi um processo solitário de ensaios, acompanhado apenas do texto provocador de Cynthia Paulino, e de minha crença de que tudo ali é relevante no mundo em que vivemos.
Além do sucesso de crítica e dos prêmios recebidos, "Homem-Bomba" já percorreu diversas cidades e conquistou públicos distintos. Em Uberaba, a peça chega pela primeira vez, proporcionando uma experiência única aos espectadores. Sobre essa trajetória, perguntamos ao ator:
Como tem sido a recepção do público ao longo desses anos e o que o espectador de Uberaba pode esperar dessa experiência?
Luiz Arthur - Além dos aplausos e dos prêmios, tenho ganhado um aprendizado muito especial, sobretudo em Minas Gerais. É um privilégio me apresentar, como tenho dito, em tantas cidades do interior, com hábitos, culturas, vivências, realidades tão diferentes, e, ainda assim, conseguir essa proeza de, sem exceção, ter tido uma troca generosa em todas as localidades do estado. Assim, posso dizer que o Homem-Bomba chega à Uberaba com maturidade, com o refinamento artístico que o tempo trouxe. Sem falar que o Uberabense vai assistir, com ineditismo, minha sede de retornar ao Triângulo Mineiro, pela catarse que foi em 2023. Será um encontro reencontro inesquecível.
Então não perca essa oportunidade de se emocionar e refletir sobre os mistérios da alma humana com uma obra intensa e premiada!
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Foto: @espetaculohomembomba |
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